É isso mesmo flores, algumas vezes ao longo da minha vida meu aniversário cai em dias das mães, como é neste caso.
Por isso quis trazer este post especial de Dias das mães e do meu aniversário. Primeiramente gostaria de falar um pouco sobre a minha mãe.
Atualmente não moro com ela, para falar a verdade moramos em estados diferentes, eu em São Paulo e ela no Espirito Santo.
Não é todo o ano que podemos no ver, por vezes muito ocupada ou por outras o dinheiro não sobra. Confesso para vocês que faz mais de um ano que não a vejo, mesmo que sempre que bate a saudade uma liga para a outra ou manda uma mensagem pelo whats, a gente sabe que não é o suficiente para sanar um pouco da saudade uma da outra.
Moro longe da minha família não é fácil, não foi no começo e mesmo 5 anos depois ainda não é. Nunca fui tão próxima do meu pai quanto gostaria, pelo mesmo motivo, ele trabalhar longe e passar muito tempo longe da gente, mas não se engane, não o culpo por nada, amo meu pai da mesma forma.
Entretanto, devo dizer que por muitas vezes, momentos e situações minha mãe acabava por fazer um papel de “pai” na nossa educação (minha e do meu irmão), e mesmo que na época eu não entendesse o por quê das coisas serem assim ou não entendesse a extensão das dificuldades da vida, hoje eu compreendo.
– Entendo as noites mal dormidas da minha mãe, com medo dos barulhos do lado de fora quando as paredes eram muito finas ou as janelas quebradas.
– Entendo a preocupação dela quando eu passava muitas horas longe de casa ou quando dormia na casa de alguma amiga, já que naquela época não tínhamos celular ou um telefone residencial para dizer que estava tudo bem e que nada de ruim aconteceu.
– Entendo que ela confiava na minha palavra e que um segundo após o horário combinado já era motivo de ela me esperar no portão.
– Entendo que todas as vezes que ela dizia não ou se negava fazer o que eu pedia era para que eu aprendesse algo com isso e que não é possível ter tudo o que eu queria quando queria.
– Entendo que se ela chorava e não dizia o por quê era para nos poupar de alguma preocupação.
– Entendo que nossa condição financeira não era o que ela sonhava para a gente, e que por vezes quando a necessidade e o sufoco falava mais alto, ela recorria a pessoas que nem eram da família.
– Entendo que ela abdicou de grande parte de seus sonhos quando descobriu que estava grávida e que não é possível recuperar o tempo perdido.
Hoje, eu entendo. Quando se é criança, a gente não pensa nessas coisas, a gente é egoísta demais para parar e pensar que nossa mãe tinha uma vida antes da gente nascer, mas hoje quando paro e penso nisso sei que minha mãe não mediu esforços para evitar que o que de ruim já aconteceu com ela, não acontecer comigo. Pelo simples fato de ser mulher, negra e por vezes julgada.
– Amar é proteger, mesmo sabendo que o mundo é grande demais e que nem sempre pode estar presente fisicamente.
– Amar é confiar, na criação, nas lições e que nossas escolhas de hoje tiveram incio com uma boa conversa em casa sobre o que é certo, errado, bom, mal, pessoas e lugares.
– Amar é carinho, quando um abraço é capaz de amenizar as dores de dentro para fora.
– Amar é saudade, de ouvir um conselho, de compartilhar segredos, sonhos e ouvir uma risada longa e sincera.
– Mãe é tudo isso e um pouco mais, não pouco, muito mais. Não existe o que seria o suficiente para expressar, e nem a gratidão seria o bastante para retribuir a personificação do amor em forma de mãe.
Eu te amo Dona Maria José, mamãe.
Aqui deixo minha singela homenagem.
Feliz dia das mães a todas as mães.